24/09/2014 - Investigação: Caso Evandro

O corpo do ex-presidente da Torcida Força Jovem, torcida organizada do Goiás Esporte Clube, Evandro Rodrigues Cavalcante, de 37 anos, morto com cinco tiros, no início da manhã de segunda-feira, no Parque Santa Rita, foi sepultado ontem às 10 horas, no Cemitério Vale do Cerrado. A delegada Flávia Santos, adjunta da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), deve começar a ouvir familiares e testemunhas do crime no início da próxima semana.

Ontem, o comandante da 15ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), major Hrillner Braga Ananias disse ao POPULAR que o ex-presidente da Força Jovem promovia festas regadas a álcool e drogas com a presença de adolescentes na região, tendo sido preso no início do ano por equipes da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) durante uma das festas. “Apreenderam armas, drogas e todo mundo foi encaminhado para o distrito policial. Tinha muito adolescente na festa”, contou. Segundo o major Hrillner, Evandro tinha ligações com traficantes em ação na região. “Ele era um líder, então não fazia nada errado. Mandava outras pessoas fazerem.”

Responsável pelo policiamento da Região Sudoeste da capital, o comandante disse que é nesta área que a Força Jovem tem mais força. “Nasceu na região e é onde tem mais integrantes”, explicou. Hrillner explicou que, apesar de ter sido afastado da presidência da Força Jovem depois de ser apontado como mandante do assassinato do vilanovense Lucas Arantes Silva de Morais, de 17, em agosto de 2011, no Residencial Goiânia Viva, Evandro continuava dando ordens aos membros da torcida.

“Não acreditamos que ele tenha sido morto por causa de briga com a torcida do Vila Nova, mesmo porque há tempos que não ocorre nenhum confronto entre elas. Acreditamos em briga por poder, algo relacionado com o tráfico de drogas”. O major Hrillner lembrou que há poucos dias, equipes da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) apreenderam 2,5 toneladas de maconha em uma casa no Residencial São Marcos, na mesma região.

Além de suspeitar do envolvimento de Evandro com o tráfico, major Hrillner apontou que familiares do ex-presidente da Força Jovem foram presos com carro roubado recentemente. “A filha dele e o namorado foram flagrados com um carro roubado”. O namorado dela, Wilkir Luciano Souza, foi morto a tiros no dia 18 de agosto, no Residencial Forteville. O caso é investigado pela DIH. Ainda não se sabe se há relação entre os dois crimes.

Tiros

Evandro foi morto com cinto tiros que atingiram cabeça, costas e peito, às 7 horas de segunda-feira, quando trancava o portão de casa, na Rua SR-16, no Parque Santa Rita. Um amigo dele, que passava todos os dias para dar carona de moto até o trabalho, onde exercia a função de assistente administrativo, fugiu assim que um homem chegou atirando, identificando-se como policial.

Evandro saiu correndo e foi perseguido pelo atirador, que estava em um Focus preto. Na esquina havia um carro branco do grupo que o executou. O atirador correu atrás dele e o motorista do Focus acabou atropelando Evandro a 300 metros da casa dele. Já no chão, Evandro foi executado.

O Focus preto foi abandonado logo depois no Residencial Rio Verde, a dois quilômetros do local, cravado de balas. Para a delegada Flávia Santos, os tiros podem ter sido disparados por Evandro, que foi encontrado sem arma ou por “fogo amigo”, com ocupantes do outro carro atirando contra Evandro, mas atingindo o Focus do grupo.

O carro era roubado e estava com placa clonada. Ele foi periciado ontem, mas o laudo ainda não foi divulgado.

Fonte: O Popular