15/09/2014 - Protesto pelo fim da violência
Pouco mais de dois anos e dois filhos assassinados. O protagonista dessa história é o mecânico e motorista Heleno Ribeiro dos Santos Júnior, de 43 anos, pai dos adolescentes Douglas Ribeiro de Lima, de 19, e Júlio César de Lima dos Santos, de 17, mortos, respectivamente, nos dias 13 de janeiro de 2012 e 8 deste mês. Em comum com pelo menos outras 19 famílias que também sofrem com a perda precoce de um de seus jovens membros – todos, vítimas de homicídio –, os casos têm, além do cenário, a falta de respostas sobre os crimes.
“Nos últimos três anos, 20 jovens, com idades entre 16 e 20 anos, foram mortos aqui no Parque Atheneu e, em apenas um caso, a polícia apresentou um culpado”, conta Matheus Alves de Souza, de 19, servidor público estadual e aluno do curso técnico de Segurança do Trabalho, que, na tarde de ontem, foi um dos coordenadores de manifestação realizada na Praça da Feira, na Avenida Parque Atheneu, a principal do bairro, pedindo empenho das autoridades competentes nas investigações, além de mais segurança na região.
Em busca de explicações
“Todos nós, como o Júlio César, andávamos de skate aqui na praça; era a única diversão que tínhamos. Agora, depois do que aconteceu com o nosso ‘brother’, não andamos mais e estamos com medo”, acrescenta Matheus, frisando que todas as vítimas cresceram e estudaram no Parque Atheneu, muitas eram amigas e, a maioria, conhecida da vizinhança.
Heleno Júnior, pai de Douglas e Júlio César, diz que ele, a mulher e as duas filhas, irmãs dos rapazes mortos, esperam por algum alento: querem, no mínimo, saber o porquê dos homicídios. “Estamos aqui não somente pelas vidas de Júlio e de Douglas, mas também de outros meninos, moradores do Atheneu, que se foram, e de outros tantos que podem ir se não fizerem alguma coisa. Queremos uma explicação, esperamos por justiça”, completa.
Briga em porta de festa termina com dois mortos e um ferido
15 de setembro de 2014 (segunda-feira)
Sebastião Nogueira
Chácara onde ocorreram os homicídios ontem
Uma briga generalizada na porta de uma festa acabou em tragédia na madrugada de ontem, em uma chácara na quadra 72-A da Alameda JK, no Setor Pontal Sul 2, em Aparecida de Goiânia. Um porteiro e um segurança do evento foram mortos a tiros e um homem, que não chegou a ser identificado, foi baleado e levado para o Hospital de Urgências de Aparecida (Huapa).
Segundo informações da Polícia Militar, a briga começou por volta das 3 horas. Cerca de 20 pessoas estavam na porta da chácara. O porteiro Bruno Augusto Alves Santos, de 31 anos, e o segurança Caio César Gomes Ferreira, de 21, foram baleados e morreram no local. Não se sabe se eles tentaram acabar com a confusão, que seria entre pessoas tentando entrar no evento. O terceiro envolvido foi baleado de raspão, na orelha. A PM não informou sobre o que motivou a briga e quem atirou.
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Familiares cobram respostas sobre crimes
15 de setembro de 2014 (segunda-feira)
No protesto realizado ontem, no Parque Atheneu, vários familiares de jovens assassinados estiveram presentes. “Faz exatamente nove meses e dez dias que o meu irmão (Kleisson Lozi, de 19 anos) morreu. Nesse tempo, mesmo cobrando informações sobre o caso, nunca tivemos uma resposta sequer”, afirma o professor Kleber Lozi, de 36 anos. “Não temos nada até hoje; nunca nos deram nem um mísero telefonema”, reclama o estudante Pedro Paulo Coelho, referindo-se ao primo Vinícius Coelho, de 20 anos, vítima de homicídio em 19 de abril de 2012.
Fonte: O Popular