O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) protocolou denúncia na tarde de ontem no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) em desfavor do procurador de Justiça e ex-senador Demóstenes Torres por crime de peculato. A ação é referente ao caso ocorrido entre 2008 e 2009, quando o ex-senador empregou Kenya Vanessa Ribeiro no gabinete da liderança do Bloco da Minoria no Senado Federal, comandado por ele. Neste período, Kenya teria recebido cerca de R$ 41 mil sem trabalhar, sendo considerada funcionária fantasma.
O caso se tornou público em 2012, durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal que investigava o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como líder de um grupo que explorava jogos caça-níqueis. Kenya é cunhada de um sobrinho de Cachoeira e, em ligação entre o empresário e o ex-senador, Demóstenes conta que terá de exonerar Kenya e “outro rapaz” porque haveria se iniciado um cerco contra servidores fantasmas no Senado, mas que poderia recontratar ambos depois de dois ou três meses, quando “a coisa” aquietasse.
Segundo o advogado Pedro Paulo Guerra de Medeiros, que defende Demóstenes, o procurador foi ouvido na tarde de terça-feira e, em menos de 24 horas, ocorre o protocolo da denúncia. “Ignoraram totalmente o depoimento. Já ficou provado e todas as testemunhas disseram isso, que os funcionários trabalharam para o Demóstenes, que não há ilegalidade. Agora, o ex-senador tem de ficar provando sua inocência enquanto para o cidadão comum é o MP-GO que tem de provar o crime.” Para a defesa, o fato torna a denúncia inaceitável. Pedro Paulo explica que a denúncia é um fato diferente das ações protocoladas sobre a continuidade de atuação de Demóstenes enquanto procurador.
Fonte: O Popular