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03/09/2014 - Assassinatos em Série

A Justiça de Goiás concedeu, na terça-feira (2), alvará de soltura ao entregador Leandro Cardoso de Oliveira, preso suspeito de tentar matar uma jovem de 18 anos no Setor Jardim América, em Goiânia. O crime é um dos investigados pela força-tarefa da Polícia Civil, que apura uma série de assassinatos de mulheres que ocorreram de forma semelhante e que levantaram a suspeita da ação de um assassino em série na capital.

A expectativa é que o suspeito deixe a Casa de Prisão Provisória do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia nesta quarta-feira (3). Segundo o advogado que o representa, Rômulo Feitosa, seu cliente não saiu da Casa de Prisão Provisória até as 11h30 porque não há um servidor disponível para recolocar a tornozeleira eletrônica em Leandro, que cumpre pena no regime semiaberto.

Entretanto, a Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus), afirmou ao G1 que o homem ainda não foi liberado porque a equipe que o levará até a Casa do Albergado não está disponível no momento. A previsão é de que a transferência dele ocorra às 13h.

A decisão pela soltura foi do mesmo juiz que determinou a prisão do rapaz, Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia. Ele considerou que faltam provas consistentes para manter o suspeito preso.

O G1 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Polícia Civil, que afirmou que não irá se pronunciar sobre a decisão judicial.

O rapaz estava detido desde 7 de agosto, quando foi preso suspeito de envolvimento em dois crimes. No requerimento de revogação da prisão, o advogado do entregador, Rômulo Feitosa, argumentou que a vítima não reconheceu o suspeito e as roupas que ele usava na data do crime eram diferentes às relatadas pelas testemunhas como sendo as usadas pelo atirador.

Força-tarefa
A força-tarefa da Polícia Civil investiga 15 assassinatos de mulheres, a execução de um homem e a tentativa de homicídio da jovem. Participam do grupo de investigação 16 delegados, sendo os nove da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), três que atuam em outras delegacias e mais três do interior do estado. Além deles, 30 agentes e dez escrivães também integram a equipe.

Mapa dos assassinatos em Goiás (Foto: Arte/ G1)

Segundo as investigações, os crimes tiveram dinâmica semelhante. Porém, as motocicletas usadas são de marcas e cilindradas diferentes, além das descrições físicas dos suspeitos não serem as mesmas.

Leandro foi o primeiro suspeito de participar dos homicídios envolvendo mulheres na capital a ser preso, no dia 7. No dia 9, a Polícia Militar prendeu um homem de 27 anos por roubo a panificadoras, mas, devido às características de sua motocicleta e de sua fisionomia, ele pode estar envolvido nos homicídios. A Polícia Civil informou que, por enquanto, o homem não é suspeito de cometer nenhuma morte, mas vai investigar. Mesmo assim, ele teve a prisão preventiva decretada pela Justiça por receptação.

Série de assassinatos
O primeiro crime da série de assassinatos contra mulheres em Goiânia ocorreu em 18 de janeiro, quando Bárbara Luiza Ribeiro Costa, de 14 anos, foi executada por homens em uma motocicleta, no Setor Lorena Park, na capital. Na época, a polícia informou que eles roubaram o celular da vítima e fugiram.

A vítima mais recente foi Ana Lídia Gomes, 14 anos, em um ponto de ônibus no Setor Conjunto Morada Nova, no dia 2 de agosto. Por causa das semelhanças dos crimes, o assassinato de Ana Lídia aumentou a desconfiança da população de que um assassino em série está agindo em Goiânia.

Desde maio, quando surgiu a possibilidade de que exista um "serial killer" na capital, após uma mensagem de voz compartilhada pelo aplicativo de celular Whatsapp, a Polícia Civil tratava o caso como um boato. No dia 3 de agosto, a corporação voltou a afirmar que não crê na possibilidade de que um assassino em série esteja agindo em Goiânia, mas admitiu, pela primeira vez, que não descarta a hipótese.

Fonte: G1 Goiás