A Polícia Civil fez, na quarta-feira (27), a reconstituição da agressão sofrida por um detento, de 22 anos, acusado de estupro, dentro do Centro de Inserção Social de Anápolis, a 55 km de Goiânia. O jovem, que após o caso cumpre prisão em regime domiciliar, voltou ao presídio escoltado por policiais civis e acompanhado de um advogado.
A reconstituição foi requisitada pelo Ministério Público Estadual e não pôde ser filmada. Participaram da simulação representantes dos direitos humanos e da promotoria, além de policiais civis e militares.
Também foi pedido pelo MP que a Polícia Civil colha os depoimentos dos 142 presos que estavam no pavilhão C no dia em que o detento foi espancado.
Tortura
A agressão ocorreu no dia 24 de julho. Um vídeo do crime foi gravado pelo celular de outro preso e divulgado nas redes sociais. As imagens mostram que ao menos dez homens assistiram ao espancamento. Um cabo de vassoura foi usado durante as agressões. Enquanto apanhava, o homem, que estava nu, foi obrigado pelos agressores a dizer que é tarado. “Eu sou um sem vergonha. Tarado sem vergonha”, diz a vítima durante a gravação. Ele teve o intestino perfurado e foi socorrido no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana).
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça (Sapejus) os detentos suspeitos de cometerem o crime foram identificados e os celulares que gravaram o espancamento também foram identificados e recolhidos.
Além disso, também foi identificado um preso suspeito de ter gravado as cenas. Segundo a Sapejus, ele deve responder pelo uso do celular. Também é investigado como o aparelho utilizado para a gravação entrou no presídio. Foram afastados do presídio o diretor e 16 agentes carcerários.
Crimes
Segundo a Polícia Civil, o homem espancado foi preso porque se passava por fotógrafo para atrair jovens entre 18 e 20 anos que eram violentadas na casa dele. Ele é apontado como o autor de 11 crimes.
"A história dele tem que ser analisada com certa parcimônia porque ele possui um distúrbio mental e ele não chegou a consumar a conjunção carnal com a maioria das vítimas", diz o delegado Manoel Vanderic.
Após a agressão, a Justiça autorizou que o homem cumprisse prisão domiciliar. A decisão, segundo o judiciário, tem como objetivo preservar a vida do detento, que esteve preso por cerca de 20 dias.
Fonte: G1 Goiás