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19/08/2014 - Detentos do semiaberto são assassinados a tiros

Passava das 16h30 de domingo, a família toda reunida após o almoço, crianças brincando na porta da casa na Avenida Presidente Dutra, no Jardim Presidente, quando o detento do regime semiaberto Johnathan Farias Moreira, de 29 anos, saiu para ver o que as crianças estavam fazendo e foi surpreendido por dois homens armados com uma submetralhadora calibre 9 milímetros e uma pistola calibre 380. Ele foi executado com 15 tiros na frente dos familiares, inclusive de crianças de 5 anos de idade. Esta foi uma das quatro mortes registradas em Goiânia e Aparecida de Goiânia. Três dos mortos eram do regime semiaberto.

Familiares de Johnathan contaram para a Polícia Civil que os dois homens aparentavam ter cerca de 20 anos, eram magros, cabelos curtos e estavam de camisetas azul e preta e ambos de bermuda. Depois de matar Johnathan, que usava tornozeleira eletrônica, os dois homens correram e entraram em um Gol geração 3 branco, onde outro homem os aguardava com o carro ligado.

Equipes do 7º Batalhão da Polícia Militar foram ao local e, conversando com testemunhas, souberam também de mais dois homens que estariam servindo de batedores ao Gol usado pelos executores. Os dois homens estariam em uma motocicleta preta.

De acordo com a ocorrência inicial registrada no plantão da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), Johnathan cumpria pena por homicídio e tinha passagem por tráfico de drogas. No local do crime foram recolhidos 19 estojos de projéteis de calibre 380 e 9 milímetros. A delegada Tatiana Barbosa, adjunta da DIH é responsável pela investigação.

Outro caso parecido aconteceu por volta das 21 horas, na Avenida Otávio Lúcio, no Sítio de Recreio Estrela Dalva, em Goiânia. O detento do semiaberto Halan Dionas da Luz Santana, de 25, que também usava tornozeleira eletrônica, e o irmão dele, Marcos Vinícius da Luz Santana, de 29, foram executados a tiros de armas com os mesmos calibres, 380 e 9 milímetros.

Como não houve testemunhas arroladas no caso ainda, ninguém soube dizer se os executores usaram submetralhadora para matar os dois homens. Halan Dionas foi encontrado morto na rua, com vários tiros. Marcos Vinícius morreu sentado à direção do Gol placas KBR-9978, de Goiânia, também a tiros. O carro estava batido em uma árvore.

Acredita-se que o carro estava em movimento quando ambos foram executados. Com o impacto com a árvore, o corpo de Halan Dionas foi arremessado para a rua. Com ele, a polícia apreendeu uma porção de maconha. Vizinhos ouviram rajadas de tiros e quando saíram nas portas das casas os autores já tinham fugido em um carro.

No Jardim Caraíbas, em Aparecida de Goiânia, outro detento do regime semiaberto que usava tornozeleira eletrônica foi morto com um tiro nas costas, depois atropelado e ainda teve a cabeça esmagada por um bloco de cimento.

De acordo com o delegado Kleber Leandro Toledo, titular do Grupo de Investigações de Homicídios (GIH) de Aparecida de Goiânia, Jean Franca, de 34 anos, sofreu fratura nas duas pernas e foi atingido por um tiro de calibre 22 ou 32, o que ainda será definido pelo exame de balística. Ele descartou qualquer ligação dos casos ocorridos em Goiânia com a morte de Jean. O caso é investigado pelo delegado Fabrício Madruga.

De acordo com o delegado Odair José Soares, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), já foram apreendidas sete submetralhadoras com traficantes em operações da Denarc em Goiânia. “Este tipo de armamento é usado por grandes traficantes e ladrões de banco, sendo rara sua utilização em assassinatos”, explicou Murilo Polati, titular da DIH.

Fonte: O Popular