A Polícia Civil fez mais um retrato falado de um motoqueiro suspeito de um dos assassinatos contra mulheres, ocorridos este ano. A imagem não foi divulgada ainda, mas o POPULAR apurou por meio de testemunhas que se trata do assassino de Rosirene Gualberto da Silva, de 29 anos, morta na noite do dia 19 de julho na Avenida Anhanguera, no Setor dos Funcionários. O retrato seguiu o mesmo modelo do que foi feito no caso da bacharel em Direito, Ana Maria Victor Duarte, de 26 anos, em março. O suspeito aparece de capacete, apenas com os olhos descobertos.
Conforme a principal testemunha da morte de Rosirene, o retrato foi feito na terça-feira (12). A reportagem tentou falar com os delegados do caso para confirmar a informação, mas eles não atenderam as ligações, nem responderam mensagens via Whatsapp. A testemunha estava com a vítima na hora do fato e, inclusive o tiro disparado pelo assassino lhe atingiu de raspão no braço, mas ela passa bem. Desde o dia 19 de julho, ela já prestou depoimento duas vezes e revisitou na semana passada, na companhia de agentes e delegado, o lugar onde tudo ocorreu.
Segundo a mulher, o sujeito é alto, magro, branco e usava, no dia, uma camisa branca, calça jeans e capacete vermelho. Era sábado, por volta das 23h45, quando ela e Rosirene foram surpreendidas pela aproximação de um motoqueiro, que desceu da moto e foi em direção ao carro em que elas estavam. Elas tinham acabado de estacionar o veículo na calçada da Avenida Anhanguera e a intenção era ir até a boate Viola de Prata. A ação foi rápida e as moças nem chegaram a descer do carro. O assassino parou a moto, que segundo a testemunha era preta, desceu e pediu a chave do automóvel. Rosirene, que estava no volante, se atrapalhou para entrega-la ao homem, que atirou contra ela, atingindo-a no peito.
Em março deste ano, a polícia divulgou o retrato falado do suspeito pelo assassinato de Ana Maria Victor Duarte, filha do promotor aposentado Uigvan Pereira Duarte, dias depois do crime, e ele também aparece de capacete. Desta vez, novamente, a tática foi adotada, até mesmo porque os assassinos de praticamente todos os casos investigados pela força tarefa agiram rapidamente e sempre com o rosto encoberto. As testemunhas não conseguem descrever a fisionomia do indivíduo, restringindo-se apenas aos olhos e cor da pele.
Rosirene é a caçula de uma família de 12 irmãos e era natural do Piauí. Ela deixou um filho de 11 anos. Meses antes da morte, ela havia se separado do marido e estava morando próximo do irmão, o comerciante Henrique Gualberto da Silva, 31, no Bairro Água Branca, Região Leste de Goiânia. Ela, a irmã e uma amiga saíam juntas com frequência e gostavam de ir a boates que tocam forró. Segundo o irmão, Rosirene era muito simples e humilde, chegando a ser inocente, sem malícia nenhuma para as coisas. “Ela mal andava de carro. Dirigia só para lugares de fácil acesso”, conta.
A testemunha que estava junto dela, no dia, comentou com Rosirene, segundos antes da abordagem, sobre a presença e aproximação do motoqueiro, mas ela amenizou dizendo que era apenas um homem de moto e que ele ia estacionar também. O irmão relata que o assassino chegou a falar duas vezes que se tratava de um assalto. Na primeira, a irmã não entendeu o que estava acontecendo e ele repetiu que queria a chave do carro. O veículo foi periciado e está com o ex-companheiro de Rosirene.
Novas imagens de câmeras de segurança apontam que o motociclista suspeito de assassinar a adolescente Ana Lídia Gomes Sousa, de 14 anos, no Conjunto Morada Nova, estava rondando as proximidades do local do crime. Nos vídeos, é possível ver o suspeito passar de moto, devagar, duas vezes pela Rua José Gomes Bailão, antes da menina aparecer caminhando em direção ao ponto de ônibus onde a menina foi morta, no último dia 2.
Cerca de 15 minutos depois, o suspeito reaparece no vídeo, em sentido contrário. Os vídeos foram gravadas a pouco mais de um quarteirão da Avenida Piratininga, onde o crime aconteceu, por volta das 15h. Na gravação, a fuga do motociclista é registrada às 14h47. Mas o proprietário do sistema de segurança, que pediu para não ter o nome divulgado, explicou que o horário do equipamento está cerca de 15 minutos atrasados.
O POPULAR apurou que as polícias Civil e Militar pegaram registros de sistemas de segurança em pelos menos seis pontos, na tentativa de identificar o suspeito. As cenas são de uma câmera na Avenida Piratininga e cinco locais, entre residências e comércios, ao longo da rota de fuga traçada por uma testemunha.
Fonte: O Popular