Apesar de ser um serviço fundamental para desvendar crimes, das cerca de 10 mil ligações mensais que chegam ao disque denúncia 197 da Polícia Civil, apenas 1,2 mil estão relacionadas a crime e efetivamente se tornam ocorrências que serão investigadas ou são informações que podem ser incluídas em inquéritos em andamento. Um grande volume das ligações recebidas estão relacionadas a queixas ou denúncias que não são o foco do serviço. Ainda há também os trotes, que mensalmente somam 1,2 mil ligações.
Segundo o delegado Adailton de Souza Medrado, coordenador do Disque Denúncia 197, muitas das ligações não contribuem para as investigações porque o denunciante não tem muitas informações ou entram em contato para passar uma emergência e não dados sobre crime. “São coisas importantes, mas não se trata do foco do 197. Nesses casos, os nossos atendentes orientam e direcionam o cidadão”, explica Medrado.
Outro problema é a quantidade de trotes. Mensalmente o serviço recebe cerca de 1,2 mil ligações realizadas principalmente por crianças e pessoas com algum tipo de deficiência mental. Até mesmo pessoas alcoolizadas costumam entrar em contato no 197. Nesses casos, o atendente conversa e explica o serviço para o cidadão, tentando conscientizá-lo.
Apesar do mau uso por parte de algumas pessoas, o delegado Adailton destaca que o serviço 197 é fundamental para o auxílio na solução de crimes. Ele lembra que informações repassadas ao disque denúncia contribuíram para que Polícia Civil conseguisse desvendar, por exemplo, a chacina das Serra Das Areias, em que quatro jovens foram assassinados em agosto de 2013. “As denúncias contribuíram para que o Grupo de Homicídios de Aparecida de Goiânia chegasse as autores das execuções”, relata Medrado.
Tráfico
Com relações às ligações envolvendo crime, a maioria envolve denúncias de tráfico de drogas. Segundo Adailton de Souza Medrado, 60% das ocorrências realizadas a partir das denúncias são para investigar o comércio de drogas no Estado, tanto que muitas das operações realizadas pela Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) para apreensão de drogas, tem a contribuição de informações de denúncias feitas no 197. Além do tráfico de drogas, as demais denúncias estão relacionadas a jogos de azar, homicídio e maus-tratos a animais e idosos.
Segundo o coordenador do serviço, ao ligar no 197, as informações são anotadas em um sistema e logo que finalizada é encaminhada para a delegacia ou distrito responsável. Isso acontece instantaneamente. No caso de denúncias que envolvem flagrantes, além de repassar a denúncia na hora, os atendentes entram em contato com a delegacia responsável para informar a ocorrência. “É um serviço que funcionam muito bem e que beneficia as investigações. Muitas testemunhas de crimes não gostam de ir a uma delegacia e se expor, então, o serviço que funciona de forma anônima, contribui muito para as investigações.”
Denúncias também pelo WhatsApp
O serviço do disque denúncia do 197 recebeu reforço na última segunda-feira, 28. A Polícia Civil colocou à disposição da população mais um canal de comunicação com a sociedade para denúncias de crimes, paradeiros de criminosos e outras informações que ajudem a solucionar crimes e a agir na repressão às práticas contravencionais. Agora, a Polícia Civil usa o WhatsApp para que a população entre em contato, preservando a identidade do denunciante. O número é o (62) 8533-0197.
As mensagens enviadas pelo serviço, como acontece no197 e com as que chegam pelo site, passam por uma análise e são imediatamente encaminhadas aos distritos ou às delegacias especializadas, conforme teor da denúncia. Até ontem, o serviço recebeu mais de mil mensagens.
Fonte: Portal O Hoje