Goiânia, Segunda-feira, 4 de novembro de 2024
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01/08/2014 - Mau uso do 197 atrapalha polícia

Apesar de ser um serviço fundamental para desvendar crimes, das cerca de 10 mil ligações mensais que chegam ao disque denúncia 197 da Polícia Civil, apenas 1,2 mil estão relacionadas a crime e efetivamente se tornam ocorrências que serão investigadas ou são informações que podem ser incluídas em inquéritos em andamento. Um grande volume das ligações recebidas estão relacionadas a queixas ou denúncias que não são o foco do serviço. Ainda há também os trotes, que mensalmente somam 1,2 mil ligações.

Segundo o delegado Adailton de Souza Medrado, coordenador do Disque Denúncia 197, muitas das ligações não contribuem para as investigações porque o denunciante não tem muitas informações ou entram em contato para passar uma emergência e não dados sobre crime. “São coisas importantes, mas não se trata do foco do 197. Nesses casos, os nossos atendentes orientam e direcionam o cidadão”, explica Medrado.

Outro problema é a quantidade de trotes. Mensalmente o serviço recebe cerca de 1,2 mil ligações realizadas principalmente por crianças e pessoas com algum tipo de deficiência mental. Até mesmo pessoas alcoolizadas costumam entrar em contato no 197. Nesses casos, o atendente conversa e explica o serviço para o cidadão, tentando conscientizá-lo.

Apesar do mau uso por parte de algumas pessoas, o delegado Adailton destaca que o serviço 197 é fundamental para o auxílio na solução de crimes. Ele lembra que informações repassadas ao disque denúncia contribuíram para que Polícia Civil conseguisse desvendar, por exemplo, a chacina das Serra Das Areias, em que quatro jovens foram assassinados em agosto de 2013. “As denúncias contribuíram para que o Grupo de Homicídios de Aparecida de Goiânia chegasse as autores das execuções”, relata Medrado.

Tráfico

Com relações às ligações envolvendo crime, a maioria envolve denúncias de tráfico de drogas. Segundo Adailton de Souza Medrado, 60% das ocorrências realizadas a partir das denúncias são para investigar o comércio de drogas no Estado, tanto que muitas das operações realizadas pela Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) para apreensão de drogas, tem a contribuição de informações de denúncias feitas no 197. Além do tráfico de drogas, as demais denúncias estão relacionadas a jogos de azar, homicídio e maus-tratos a animais e idosos.

Segundo o coordenador do serviço, ao ligar no 197, as informações são anotadas em um sistema e logo que finalizada é encaminhada para a delegacia ou distrito responsável. Isso acontece instantaneamente. No caso de denúncias que envolvem flagrantes, além de repassar a denúncia na hora, os atendentes entram em contato com a delegacia responsável para informar a ocorrência. “É um serviço que funcionam muito bem e que beneficia as investigações. Muitas testemunhas de crimes não gostam de ir a uma delegacia e se expor, então, o serviço que funciona de forma anônima, contribui muito para as investigações.”

Denúncias também pelo WhatsApp

O serviço do disque denúncia do 197 recebeu reforço na última segunda-feira, 28. A Polícia Civil colocou à disposição da população mais um canal de comunicação com a sociedade para denúncias de crimes, paradeiros de criminosos e outras informações que ajudem a solucionar crimes e a agir na repressão às práticas contravencionais. Agora, a Polícia Civil usa o WhatsApp para que a população entre em contato, preservando a identidade do denunciante. O número é o (62) 8533-0197.

As mensagens enviadas pelo serviço, como acontece no197 e com as que chegam pelo site, passam por uma análise e são imediatamente encaminhadas aos distritos ou às delegacias especializadas, conforme teor da denúncia. Até ontem, o serviço recebeu mais de mil mensagens.

Fonte: Portal O Hoje