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25/07/2014 - Sequestro

Policiais do Grupo Antissequestro da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic) desarticularam a quadrilha acusada de sequestrar um menino de 4 anos no dia 10, em Aparecida de Goiânia. O grupo é composto por seis pessoas, das quais três foram presas na quarta-feira. Um dos componentes, conhecido como Neguim, que ainda permanece foragido, trabalhou como caseiro na chácara do pai do garoto, em Aparecida de Goiânia, onde ocorreu o crime. O líder do grupo, Franceilton Martins de Oliveira, de 25 anos, o primeiro a ser detido, planejava executar outro sequestro nesta semana, no qual exigiria R$ 500 mil de resgate.

O drama vivido pela família do menino de 4 anos teve início na madrugada do dia 10 e só chegou ao fim no dia 14. A criança foi libertada e abandonada no posto de combustível Talismã, no Setor Santo André, em Aparecida de Goiânia, depois de o pai dela ter efetuado o pagamento de R$ 200 mil. O delegado Glaydson Carvalho, chefe do Grupo Antissequestro, informou que durante as investigações, iniciadas no dia seguinte ao crime, identificou Franceilton Martins de Oliveira.

O rapaz já havia sido preso outras quatro vezes por roubo, porte de arma, homicídio e estelionato. Ele foi flagrado pela equipe do Grupo Antissequestro no Parque das Nações, em Aparecida de Goiânia, quando recebia 8,55 quilos de maconha prensada. A droga, dividida em 10 barras, havia sido adquirida por R$ 15 mil, pagos com o dinheiro do sequestro. A partir da prisão de Franceilton, os policiais detiveram, na região do Setor Madre Germana, Ricardo Gomes de Sousa e Luciano Cordeiro de Sousa. Ainda permanecem foragidos Neguim, um rapaz identificado como John e Leonardo Cordeiro de Sousa, irmão de Luciano.

“Além de desbaratar uma quadrilha, impedimos que outro sequestro fosse cometido na Região Metropolitana de Goiânia”, comemorou Glaydson Carvalho. No momento em que foi preso, Franceilton Oliveira portava uma pistola 9 milímetros, de uso exclusivo do Exército Brasileiro. A arma foi apreendida pelos policiais. Em poder dele e dos comparsas também foram apreendidos joias, perfumes e relógios roubados durante a invasão à chácara do empresário, celulares e três carros – a EcoSport placa NTO-4213, de Goiânia, o Gol placa JTX-7661, de Aparecida de Goiânia, e o Golf placa NLL-1540, também de Aparecida de Goiânia. Tais veículos, conforme o delegado, foram comprados com o dinheiro do resgate.

CATIVEIRO

Ao ser apresentado ontem na Deic, Franceilton Oliveira e os comparsas optaram por não responder às perguntas sobre o sequestro do garoto, Nos interrogatórios feitos pelo delegado, ele informou o local em que manteve o menino sequestrado por três dias. O cativeiro foi instalado em uma casa localizada no Setor Santa Luzia, em Aparecida de Goiânia, alugada por Franceilton, na qual ele morava com a mulher.

Enquanto transcorreu o sequestro, Franceilton Oliveira manteve a mulher afastada do local. O menino, conforme assinalou o delegado, não foi maltratado nos dias em que esteve em poder dos sequestradores. “Eles o alimentaram e o deixaram jogar videogame”, afirmou. A equipe do Grupo antissequestro também constatou que não houve participação de nenhuma mulher no crime, conforme suspeitou-se no início das investigações. Depois de ter sido libertada, a criança, abalada, mencionou que “não gostava de mulher grande”.

Os policiais não apreenderam dinheiro em espécie com o grupo. Gladson Carvalho adiantou que os veículos e os demais objetos serão colocados à disposição da Justiça, que definirá o destino deles após a conclusão do processo. O delegado afiançou, ainda, que tem pistas concretas dos acusados que permanecem foragidos e que espera prendê-los o mais breve possível.

Delegado contesta dados de reportagem


O chefe do Grupo Antisequestro da Deic, delegado Glaydson Carvalho, contestou ontem, durante entrevista coletiva sobre a prisão de sequestradores, dados de reportagem publicada no POPULAR no dia 17 de julho, que revela que só neste ano aconteceram mais de 20 sequestros em diferentes cidades do Estado.

A reportagem revela que há uma nova configuração no crime de extorsão mediante sequestro. Antes as vítimas tinham alto poder aquisitivo e as quantias estabelecidas para o resgate eram milionárias. Agora, prevalece o pequeno sequestro com o pagamento de valores de resgate adequados à realidade da vítima. A reportagem mostra um quadro com informações detalhadas sobre a data, o local e a unidade policial responsável pelas investigações.

As informações foram repassadas ao jornal por fontes ligadas à diretoria da Polícia Civil, em documento com identificação do órgão de origem. O relatório contém informações de todos os casos de extorsão mediante sequestro registrados este ano junto à Polícia Civil goiana e não foi divulgado em sua íntegra para não prejudicar investigações de quadrilhas ainda não desmanteladas e para não colocar as famílias e as vítimas em risco.

Ainda assim, o delegado Glaydson Carvalho afirmou durante a entrevista que “não existem 20 sequestros” e desafiou o jornal a mostrar onde eles estão ocorrendo, informação que consta na reportagem do POPULAR