O aumento dos índices de violência contribui para que um setor da economia brasileira caminhe na contramão do baixo crescimento econômico brasileiro. Enquanto o incremento da soma de todas as riquezas nacionais não passou dos 2,3% em 2013, o mercado de segurança eletrônica cresceu 10% e movimentou R$ 4,6 bilhões. A maioria da clientela é do setor não residencial. Essas empresas oferecem serviços de instalação de circuitos de TV/videomonitoramento, sistemas de alarmes, sistemas de controle de acesso, equipamentos de combate a incêndio, rastreamento de veículos, cargas e seres vivos, entre outros. A divisão de sistemas de circuitos fechados de TV responde por quase metade da demanda de serviços: 47% do total.

No primeiro semestre deste ano, os casos de roubo a residência em Goiás cresceram 43,3%, passando de 596 no mesmo período de 2013 para 854 na somatória atual, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Os casos de furto de imóveis residenciais se mantiveram estáveis no Estado, mas em Goiânia apresentaram aumento de 7,5% com 2.017 queixas registradas. Os roubos a residência também aumentaram na Capital, passaram de 255 no primeiro semestre de 2013 para 337 no período analisado, a taxa foi de 32,1%.

A socióloga e professora da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) Elizabete Bicalho vê que o aumento nesse tipo de negócio é uma busca por proteção natural frente aos índices de violência. "A classe média vai conseguindo se proteger. Temendo a ausência da Segurança Pública, as pessoas começam a privatizar a segurança, mudam para os condomínios fechados, blindam os carros. Os mais pobres se tornam reféns da violência. O que se vê são assaltos, perda de veículos, o que leva as pessoas ao desespero", acrescenta.

As estatísticas impulsionam negócios como o do empresário Elismar Cristiano. Ele é proprietário de uma empresa de segurança eletrônica na Região Noroeste de Goiânia que tem crescimento de 30% ao ano. "Tem ano que cresce até mais. Na área de monitoramento, às vezes sai um cliente, mas entram três ou quatro novos", contabiliza o empresário.

A maioria dos clientes procura os serviços de instalação de câmeras de vigilância, mas também tem crescido a busca pelo monitoramento eletrônico.

Seguros

O mercado de seguro de automóveis avançou 19,7% em 2013, a modalidade contra roubos registrou crescimento de 46%, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). O avanço acontece influenciado pelo aumento nas estatísticas de furtos e roubos de veículos em cidades como Goiânia. A Capital teve 3.142 carros roubados no primeiro semestre de 2014, contra 2.376 no mesmo período do ano anterior, um incremento de 32,2%. Os furtos também cresceram, a taxa foi de 11,5% patrocinada pelos 1.357 casos do tipo de janeiro a junho deste ano.

Quem também não pode reclamar dos negócios são as empresas que trabalham com blindagem de veículos. Pelo quarto ano consecutivo houve quebra de recorde na quantidade de automóveis que receberam a proteção. O número do ano passado foi 21,1% maior na comparação com 2012, segundo pesquisa da Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).

Queda

Os dados demonstram queda apenas nos casos de furtos e roubos a comércio, sendo que a redução é mais significativa na Capital. O índice de roubos a estabelecimentos comerciais pontuou com a maior redução: 21,5%. De 1.539 crimes do tipo somados no primeiro semestre de 2013, passou para 1.208 no mesmo período deste ano. Os crimes de furto em estabelecimentos comerciais no período tiveram redução menor: 7,82%.

Quando observados os dados do Estado, a redução é bem menos significativa, 11,6% para os casos de roubos a comércios e 3,8% em se tratando de furto.Fonte: DM online