23/07/2014 - Ipasgo
Os usuários do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo) sem vínculo direto com o Estado, como ex-servidores, agregados e conveniados de prefeituras, que teriam seus planos reajustados em 9,95% a partir deste mês - com desconto nos contracheques de agosto -, podem comemorar. O Instituto voltou atrás na decisão - devidamente apresentada, apreciada e aprovada, segundo o presidente Francisco Taveira Neto, durante reunião do Conselho Deliberativo do órgão - e a medida está suspensa.
Por meio de nota divulgada no início da tarde, o Ipasgo informou que atende “a determinação” do governador Marconi Perillo, e, também, que está “sensível à manifestação de servidores nos últimos dias”. De acordo com a Assessoria de Comunicação do Instituto, nada mais seria dito a respeito do assunto. A reportagem tentou contato com o presidente Francisco Taveira Neto, mas ele não atendeu às ligações.
Atualmente, em torno de 600 mil usuários se beneficiam com a assistência à saúde da rede credenciada pelo plano de saúde do Estado. O reajuste iria atingir cerca de 45% desta clientela, representando acréscimo de 4% na arrecadação do Ipasgo, estimada em R$ 80 milhões por mês - deste total, diz o órgão, R$ 74 milhões são gastos em despesas com a rede que atende aos beneficiários.
ACIMA DA INFLAÇÃO
Diante do anúncio do reajuste, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Goiás (Sindipúblico) protocolou, na tarde da última segunda-feira, uma representação junto ao Ministério Público do Estado (MP-GO), questionando o aumento nas mensalidades do Ipasgo. O Sindipúblico pediu ao órgão que solicitasse ao instituto os demonstrativos de cálculos que justificaram o reajuste em questão, bem como o resultado da consultoria para estudo/avaliação atuarial do sistema, realizado por empresa terceirizada.
Thiago Vilar, presidente do Sindipúblico, afirmou que a entidade discorda do reajuste, primeiramente, pelo porcentual de 9,95% ser superior à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INCP) no último ano - 5,53%. Além disso, destacou, esse índice serviu de parâmetro para a data-base 2014, 5,48%, cujo pagamento foi dividido em duas parcelas - de 2,74% -, enquanto a contribuição do Ipasgo é feita de uma única vez.
Conforme apurou o POPULAR, o aumento nas mensalidades do plano de saúde estatal também não teria agradado ao governador Marconi Perillo, apontado diretamente como o responsável pela suspensão da medida. Fontes do governo ouvidas pelo jornal informaram que o chefe do Executivo não teria sido comunicado sobre o reajuste aprovado pelo Conselho Deliberativo do Ipasgo e que também o atual momento político - às vésperas da eleição - não seria o mais adequado para um aumento como esse - acima da inflação -, envolvendo uma parcela significativa de usuários do sistema (45%). A reportagem tentou ouvir oficialmente representantes do Poder Executivo sobre a suspensão do reajuste determinada pelo governador, mas todos se recusaram a falar a respeito do tema. Fonte: O Popular