Goiânia, Segunda-feira, 4 de novembro de 2024
12063396 Visitas
Notícias UGOPOCI

17/07/2014 - Presa dupla que furtava hidrometros

A Polícia Civil apresentou dois suspeitos de furtar, pelo menos, 40 hidrômetros na região leste da capital, nos setores Vila Morais, Universitário e Jardim Novo Mundo. Foram detidos Robson Silva dos Santos, de 27 anos, e Jordão Aquino de Sousa, de 26, que confessaram que vendiam os equipamentos para comprar drogas.

O interesse dos ladrões é pelo metal do hidrômetro. O material é revendido a preços insignificantes em lojas de ferros-velhos ou empresas de reciclagem. O dinheiro adquirido com a venda era utilizado pelos suspeitos para comprar drogas.

Há pelo menos um mês, a Polícia Civil tentava encontrar alguns dos autores de furtos de hidrômetros na região leste. Na terça-feira, 15, depois de interrogar alguns usuários de drogas na região, a polícia chegou a Robson e Jordão, que confessaram os crimes e indicaram o local onde revendiam os equipamentos.

Edmar Alves Rodrigues, dono em um ferro-velho na Rua 2, no Setor Parque Industrial João Braz, foi indiciado por receptação qualificada, que é comprar material roubado ou furtado para revender. Na sua loja foram encontrados 25 hidrômetros, já totalmente danificados.

De acordo com o delegado Washington Conceição, titular do 9º Distrito Policial, no Setor Universitário, até agora foram registrados 22 boletins de ocorrência (BOs). O maior número de furtos se concentra principalmente na Vila Morais e no Jardim Novo Mundo.

No 19º Distrito Policial, que responde por esses dois setores, há registros de quase 50 BOs com a mesma queixa. Os furtos se intensificaram em junho e, segundo o delegado, os equipamentos são levados, na maioria das vezes, por usuários de drogas. “Eles colocam fogo no hidrômetro para derreter a borracha e ficar somente com o metal, que é vendido para ferros-velhos e lojas de reciclagem”, explica o titular do 9º DP.

 
Ação rápida

Os dois suspeitos, ouvidos na delegacia, confirmaram a história e contaram que costumavam agir no período da noite, principalmente na madrugada. “É rápido para tirar (o hidrômetro), a gente leva de três a quatro minutos”, confessa Jordão.

O mais incrível é que o valor dos equipamentos para a venda é quase insignificante. De acordo com Washington Conceição, três hidrômetros eram comercializados por cerca de 4 reais. “Dava para comprar maconha e fazer um lanche”, pontua Jordão.

Conforme o delegado, com a venda de 40 equipamentos, Jordão conseguiu arrecadar cerca de 120 reais. “Eles são usuários de drogas natos, mais especificamente de crack. São viciados, não trabalham e não estudam. A vida deles é manter o vício”, frisa Washington.

Apesar das provas e da confissão dos acusados, eles não chegaram a ficar presos por mais de 24 horas. Detidos na terça-feira, ontem pela manhã já estavam em liberdade. O Poder Judiciário indeferiu o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil, mesmo com o parecer favorável do Ministério Público de Goiás pela detenção dos dois. O juiz alegou que era preciso ouvir as vítimas dos furtos.

Como a maioria dos casos ocorreu na região do 9º DP, caberá ao titular da delegacia continuar as investigações e encaminhar os resultados ao Poder Judiciário.

O delegado acredita que mais pessoas, como donos de ferros-velhos, estejam envolvidos nos furtos e receptação dos equipamentos.

Clientes terão reposição sem ônus

Quem teve o hidrômetro furtado não ficará no prejuízo, informa a Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). A empresa orienta o proprietário da residência furtada a procurar a polícia e registrar boletim de ocorrência. De posse do documento, o cliente deve procurar um posto de atendimento da Saneago e solicitar um novo equipamento. A empresa fará a reposição do aparelho sem ônus e a reativação do fornecimento de água ocorrerá em regime de urgência, em um período de até 48 horas.

Segundo o diretor comercial e marketing da Saneago, Mário João de Souza, são registrados, em média, 40 furtos de hidrômetros por mês, mas em junho e julho houve um aumento da incidência desse crime. “Só este mês, até agora, ocorreram 55 furtos”, diz.

Ele explica que cada aparelho tem um custo médio de 70 reais para a Saneago, fora a despesa operacional de cada equipe necessária para fazer a substituição do equipamento. Para reduzir os atrativos dos hidrômetros, ele explica que as empresas estão empregando mais plástico na fabricação dos equipamentos.

Mário João de Souza destaca ainda que os hidrômetros furtados não podem ser reutilizados em outras residências, porque o aparelho possui um cadastrado na Saneago, o que impede o registro do aparelho retirado indevidamente.

 Fonte: Portal O Hoje