Um amigo da família do menino de 4 anos que passou cerca de três dias em poder de sequestradores, em Goiás, afirma que os pais do garoto foram constantemente ameaçados pelos criminosos em ligações telefônicas. “Eles disseram que se dentro de tantos minutos eles não tivessem o dinheiro, iriam buscar o filho em um saco preto”, disse o homem, que não quis se identificar.
A criança foi deixada em um posto de combustíveis pelos criminosos, na noite de sábado (12), em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, após o pagamento do resgate. O menino se recupera em casa, ao lado dos pais.
Ele foi sequestrado na manhã da última quinta-feira (10), na chácara da família, também em Aparecida de Goiânia. Segundo a Polícia Militar, cinco homens renderam os pedreiros que trabalhavam no local e entraram na casa, onde a mãe, o pai, a avó e o menino dormiam. Os criminosos trancaram todos em um quarto e vasculharam o local em busca de objetos. Em seguida, colocaram o garoto no carro de um dos pedreiros e fugiram. Antes, deixaram um celular, pelo qual se comunicaram durante a ação.
Os pais procuraram o Grupo de Antissequestro da Delegacia Estadual de Investigações Criminais e o caso era monitorado desde então. O amigo acompanhou toda a negociação e conta que durante as cerca de 60 horas de sequestro os criminosos fizeram vários contatos. “A ligação deles durava 30 segundos e eles trocavam de número. Em uma delas eles disseram que esse era o quinto sequestro que faziam”, relata.
Ainda segundo o amigo, no último telefonema, os sequestradores deram instruções ao pai do garoto sobre o pagamento do resgate e deixaram claro que a família era monitorada. O rapaz tentou acompanhar o pai durante o trajeto, mas foi obrigado a desembarcar do carro. “Eles gritavam e diziam que ele deveria estar sozinho. Aí eu desci antes de chegar ao local”, conta.
Com isso, o pai do menino seguiu até uma avenida no Jardim dos Ipês, na saída para Aragoiânia, onde deixou o dinheiro arrecadado com a ajuda de amigos dentro de um saco de lixo, no canteiro central. A partir daí os contatos telefônicos não foram mais feitos e o alívio para a família só veio na noite de sábado, quando o garoto foi deixado em um posto de combustíveis nas margens da BR-153.
Os frentistas estranharam a presença da criança sozinha e acionaram a PM. Segundo a corporação, foi o próprio menino que indicou o local onde mora. Ele não sofreu ferimentos e agora deverá receber acompanhamento psicológico. “Uma vida não tem valor. Não desejo isso para ninguém, nem mesmo para os caras que fizeram isso”, destacou o amigo da família.
O caso é investigado pelo Grupo Antissequestro. Ainda não há pistas dos sequestradores e ninguém havia sido preso até a manhã desta segunda-feira (14).
Fonte: G1 Goias