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03/08/2018 - Liberação de Traficante

Decisão da Justiça, expedida nesta quinta-feira (2), negou pedido de prisão domiciliar a Leonardo Dias Mendonça, de 55 anos, apontado como “Barão do Tráfico” e ex-aliado de Fernandinho Beira-Mar. O documento determina que ele vá para regime semiaberto, como concedido em decisão anterior. Autor do documento, o juiz Oscar de Oliveira Sá Neto também condicionou a liberação de uma tornozeleira eletrônica para o preso ao exercício do emprego.

Advogado de Leonardo, André Cardoso, informou que já conseguiu uma carta de emprego para o cliente e entregou o documento à Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP). “Agora tem uma tramitação burocrática e estamos dependendo dessa tramitação”, disse.

Questionado sobre o local em que o preso deve ir trabalhar e qual será o emprego dele, a defesa informou que não deve divulgar esses detalhes para não expor o cliente.

Leonardo tem histórico criminal por comércio internacional de drogas desde 1999 e já esteve na lista da Interpol por crimes em outros países. Ele está preso no Núcleo de Custódia no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e, ao progredir de regime, deve ir para a colônia Agroindustrial, no mesmo Complexo.

Crimes

Reportagem do “Jornal da Globo” sobre a prisão dele em 2002 aponta que Leonardo era considerado um dos chefões do tráfico na América Latina – chegando a ter mais expressão que o próprio Beira-Mar – e era procurado pelos governos dos Estados Unidos, da Holanda, da Colômbia e do Brasil.

A Polícia Federal apurou na época que ele se especializou em tirar a cocaína da região dominada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e espalhar a droga pelo mundo. Os investigadores se impressionaram com o poder financeiro dele, que comprava terras e gado para a lavagem do dinheiro do tráfico, assim como tinha influência sobre políticos e magistrados.

Investigações apontaram ainda que, de dentro do presídio, ele comandava uma das maiores quadrilhas especializadas em tráfico internacional de drogas do Brasil, com 35 pessoas. Após anos de investigação, a quadrilha foi desmantelada em uma operação conjunta do Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) e da Polícia Federal (PF).

 

Denunciada pelo MPF-GO em dezembro de 2009, a quadrilha foi condenada pela Justiça Federal em 29 de julho de 2010. De acordo com a apuração, um dos fatores que mais contribuiu para facilitar a ação da quadrilha foi o uso de aparelhos celulares dentro do presídio.

Segundo as investigações, em apenas três anos – enquanto estava detido na Penitenciária Estadual Odenir Guimarães –, Leonardo trocou de celulares por, pelo menos, 50 vezes.

Fonte: G1 Goiás