O traficante Leonardo Dias Mendonça, apontado como “Barão do Tráfico” desde 2009 e que segue preso em Goiás desde então, conseguiu o direito de progressão de regime para o semiaberto, com possibilidade de usar tornozeleira eletrônica. Isso bastou para que o dia fosse movimentado nos cartórios do sistema prisional de Goiás. Apesar do dia todo de buscas por processos, para evitar uma soltura irregular do detento, a reportagem apurou que ele não foi liberado porque, antes de receber o benefício, é necessário que o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) apresente um parecer para a Justiça. Só depois os argumentos são analisados e o benefício pode ser ou não concedido.

Procurada pela reportagem, a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) pontuou que “o setor competente passou o dia fazendo as consultas em relação a questão processual do Leonardo junto ao Tribunal de Justiça, Justiça Federal, Polícia Federal, e não foi encontrado nada que impeça a progressão de regime dele.”

Funcionários do sistema prisional goiano explicaram que os advogados de defesa de Leonardo chegaram com a decisão judicial, mas explicaram que nenhum servidor recebe documento de mãos de parentes ou advogados. “Nesse caso, o documento precisa vir via malote ou ser eletrônico”, explica a fonte, que diz que antes mesmo de terem a confirmação de que a decisão ainda careceria de novos trâmites no MP-GO e no próprio Poder Judiciário, foi iniciada a checagem de possíveis novas decisões ou pedidos de prisão contra Leonardo. A justificativa é evitar novos erros, como o que ocorreu no dia 4 de julho, quando outro grande traficante preso em Goiás foi liberado da cadeia.

De acordo com a assessoria de imprensa da DGAP, “depois, se devidamente autorizado, ele vai para o regime semiaberto para aguardar a audiência com o juiz, quando ele terá a oportunidade de pedir permissão para usar tornozeleira eletrônica e ter a liberdade do regime semiaberto.”

Soltura indevida

Em 4 de julho, a DGAP informou por meio de nota, que Leomar Oliveira Barbosa, o Carioca, havia sido liberado em cumprimento de um alvará de soltura. No entanto, de acordo com o comunicado, “o preso foi liberado indevidamente em função de haver contra ele outras duas execuções penais não observado por servidores do cartório da unidade”. A defesa do ex-presidiário, agora considerado foragido, informou à época que ele não pretendia se entregar porque teria saído por meios legais.

Os dois são apontados como parceiros do traficante carioca Fernandinho Beira-Mar. Os dois criminosos são apontados como milionários às custas do tráfico, tendo ações, inclusive, internacionais. Leonardo Dias Mendonça também foi apontado em uma das denúncias por formar uma quadrilha de dentro do presídio goiano. Ele administrava equipes que traziam cocaína da Colômbia e da Bolívia e revendia para outros países e Estados brasileiros. Essa quadrilha teria sido desmantelada.

Fonte: Jornal O Popular