O Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) tem atuado com uma cota semanal de exames, desde o dia 27 de abril, alvo de críticas por parte dos usuários do plano de saúde. Nas páginas oficiais do Ipasgo nas redes sociais há o registro de queixas de pessoas que aguardaram em jejum para realizar a análise, sem obter êxito, até usuários idosos e pessoas do interior que viajaram em busca de exames, mas voltaram para casa sem atendimento.

Uma dessas reclamações é da servidora pública Charlyne Nunes Modesto, de 29 anos, que utiliza a operadora desde o nascimento. Ela contou ao POPULAR que vinha sentindo dores no punho e estava sendo acompanhada por um médico de confiança em Goiânia.

A servidora disse que tentou conseguir um exame de ultrassom e de ressonância magnética, mas este último não estava disponível, pois na clínica que ela procurou o procedimento durante a semana já tinha esgotado a cota. “Eu tentei na semana retrasada a primeira vez, mas somente na semana passada eu consegui. Pela demora, eu só peguei os resultados nesta segunda-feira (21). Eles querem direcionar a gente para outros profissionais que a gente não confia. Se eu já sou acompanhada por uma equipe há bastante tempo, e que me atende bem, eu quero continuar com ela. Existe essa relação de confiança. Além disso, nessas tentativas eu acompanhei pessoas do interior que viajaram para Goiânia e não conseguiram os exames que precisavam”.

Em nota, o Ipasgo informou que implementou um sistema de gerenciamento que visa readequar semanalmente a liberação dos exames e que o “usuário não será prejudicado”. Já para os casos em que o paciente não conseguir atendimento, o Instituto orientou a entrar em contato direto com o plano de saúde, já que há um “monitoramento em tempo real on-line que permite que este usuário seja encaminhado para o local mais próximo para a realização do exame”.

Para chegar ao limite de exames feitos em cada um dos 383 laboratórios e clínicas pactuados, o plano de saúde levantou nos últimos seis meses o número de exames feitos por cada prestador e, partir daí, estipulou uma média semanal. “Os limites e seu uso estão sendo acompanhados pela equipe técnica encarregada. Cuidou-se também de estabelecer-se critério diferenciado às pessoas internadas, em situação de emergência, renais crônicos e em tratamento oncológico”. A liberação da quantidade de procedimentos ocorre a zero hora de todas as sextas-feiras.

Em média, aproximadamente 40 mil exames têm sido realizados por semana no Estado. “No último mês de março, foram realizados 178 mil exames eletivos”, porém, “cabe considerar que foi um mês de baixa demanda”, analisou na nota.

Quanto ao número de pessoas que não têm conseguindo os procedimentos, o Ipasgo disse que não possui esse levantamento, uma vez que o Instituto não tem recebido reclamação de usuários neste sentido.

Revisão

Em dezembro do ano passado, o plano de saúde já tinha decidido adotar o procedimento, no entanto recuou e suspendeu em janeiro a medida “para fazer uma melhor avaliação, além de garantir a preservação da qualidade dos serviços para os usuários”, justificou à época. O antigo modelo era mensal, ao contrário deste que é semanal.

O Ipasgo disse também que considerou para esse novo sistema a elevação dos gastos em 46% em exames de diagnóstico por imagem e de 30% nos exames laboratoriais nos últimos dois anos, “sem qualquer justificativa”.