A Delegacia da Polícia Civil (PC) de Goianira pediu nesta terça-feira (16) a prisão preventiva de Junior Vieira de Souza, de 33 anos, suspeito de matar a feirante Edneia Cordeiro Vieira, de 35 anos. Ele está preso em flagrante por ter descumprido medida protetiva à favor da vítima.
O corpo de Edneia foi encontrado na tarde da última segunda-feira após uma ligação anônima para a Polícia Militar (PM). A equipe entrou na residência da mulher, localizada na Rua PL 47, no Setor Residencial Planalto. O corpo da vítima estava em estado de decomposição. O delegado responsável pelo caso, Bruno Costa e Silva trata o caso como feminicídio.
Edneia estava desaparecida desde a última quinta-feira (11). Dois dias antes ela havia registrado uma ocorrência e representado criminalmente contra o ex-namorado e suspeito do crime. Nesta ocasião ela também informou que Junior não estava respeitando a medida protetiva, emitida em julho deste ano, na qual havia ficado estabelecido que ele deveria manter um afastamento de 100 metros da vítima. Há alguns dias o suspeito teria voltado a morar na casa vizinha ao fundo da residência de Edneia e estaria perseguindo a vítima. Na época não o encontraram e o descumprimento foi comunicado ao Poder Judiciário. Ele foi preso no dia que o corpo foi encontrado.
Nesta terça-feira o delegado representou por sua prisão preventiva, pelo perigo do investigado voltar para o seu estado de origem, Roraima, de onde veio para se internar em clínicas de recuperação de dependentes de drogas. A prisão em flagrante teria evitado sua fuga.
Laudo preliminar
Após encontrar o corpo da vítima, a Polícia Civil não tinha elementos suficientes para afirmar que o caso se tratava de homicídio, pois também havia a suspeita de suicídio. No entanto, na manhã desta terça-feira, o Instituto Médico Legal (IML) constatou, via laudo preliminar, que a mulher foi morta por estrangulamento, inclusive com fratura do seu pescoço. O laudo oficial ainda não tem previsão de ser entregue à PC. Junior está no presídio de Goianira. Ele foi interrogado pela Polícia Civil, mas negou a prática dos crimes. Segundo a polícia, nenhum advogado ou defensor público havia procurado a corporação.
Vizinha da vítima, a pensionista Geronima Barbosa da Silva, de 70 anos, disse que Ednéia era uma pessoa muito boa e muito solitária, por morar sozinha. No entanto ela diz que elas eram bastante próximas. “Ednéia era uma pessoa muito alegre e tomava café comigo todos os dias da semana”. “Eu era como uma mãe para ela”, lamenta. Geronima também diz que a vítima estava procurando se aposentar porque foi diagnosticada com bipolaridade. O corpo da vítima foi sepultado às 13 horas desta terça-feira.
Autor: Dayrel Godinho é estagiário do convênio GJC e PUC Goiás
Fonte: O Popular