Deputado que antecipou as discussões sobre os custos da reforma da previdência estadual para os servidores públicos durante reunião com entidades representativas da categoria na semana passada, Cláudio Meirelles (PTC) voltou ao assunto, tanto da tribuna da Assembleia quanto em novo encontro com lideranças sindicais.
Ao discursar na sessão, no último dia 29 de outubro, o parlamentar considerou “muito afoito” o governador Ronaldo Caiado na medida em que se movimenta apressadamente para discutir, “internamente” os principais pontos da reforma. “O governador, antes de elaborar o projeto, deveria chamar as entidades, discutir mais, aceitar sugestões, até mesmo para aprimorar a reforma”, considerou.
Na opinião de Meirelles, a exemplo do que fez com o projeto que autorizou a utilização dos depósitos judiciais, o governador passa por cima da Lei ao antecipar a discussão de uma reforma estadual sem que antes haja a promulgação da reforma federal.
O discurso do deputado antecedeu uma reunião com representantes dos servidores ocorrida na própria Assembleia Legislativa. O encontro serviu para que as lideranças sindicais se posicionassem a respeito das providências já tomadas de acordo com as decisões deliberadas na reunião da semana passada.
Ficou definido que os líderes sindicais irão procurar os deputados para pedir apoio no sentido de o projeto ser modificado em aspectos considerados prejudiciais aos servidores. Por considerarem incorretos alguns números apresentados pelo governo para justificar o déficit previdenciário do Estado e o excessivo gasto com a folha dos servidores, uma comissão irá reunir dados coletados junto ao Sindfisco para contrapor os gráficos oficiais.
De acordo com a presidente do Sintego, Bia de Lima, o governador Ronaldo Caiado “quer asfixiar os servidores com essa reforma”. Ela enumera várias medidas já tomadas pelo governo que suprime direitos, corta remunerações e, em muitos casos, não cumpre acordos.“Tudo o que ocorre de ruim no Estado, o governador joga nas costas dos servidores”, resume.
Bia faz coro com a denúncia de Cláudio Meirelles segundo a qual, a soma dos acréscimos imputados pelo governo à contribuição do Ipasgo-Saúde com o Imposto de Renda e o possível aumento da alíquota da previdência para 22,5%, elevará os descontos dos servidores a quase 60% de seu salário. “Isso não pode acontecer”, declara.
Uma das principais vozes no grupo que discute a reforma junto com o deputado Cláudio Meirelles, autor da primeira audiência pública realizada para se tratar do assunto, Bia de Lima garantiu que a reforma da previdência pretendida pelo governo, “não passará na Assembleia sem antes ser exaustivamente debatida”.
Para aprovar o projeto, o governo precisará do voto de no mínimo 25 dos 41 deputados. Nas contas do deputado Cláudio Meirelles, é possível conseguir a adesão de pelo menos dez deputados da situação, “o que obrigará o governador Ronaldo Caiado a ampliar as discussões e alterar aspectos considerados excessivamente prejudiciais aos servidores”.
Meirelles e as lideranças sindicais voltarão a se reunir no próximo dia 6, nas 14 horas na Assembleia Legislativa. “Até lá vamos reunir o maior número possível de números e dados para confrontar os argumentos do governo. Precisamos mostrar que esse projeto está repleto de erros e pegadinhas e não pode ser aprovado sem que haja transparência”, concluiu Meirelles.
Foto: Wagnas Cabral
Fonte: CMnoticias
Link: https://cmnoticias.home.blog/2019/10/30/liderancas-sindicais-e-claudio-meirelles-definem-novas-estrategias-para-confrontar-projeto-de-reforma-da-previdencia-estadual/