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UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Covid-19: vírus leva insegurança à Segurança Pública em Goiás

A alta exposição ao novo coronavírus (Sars-CoV-2) e a sobrecarga de trabalho devido aos afastamentos de colegas infectados têm causado preocupação e insegurança aos servidores que atuam na segurança pública em Goiás. Reportagem do POPULAR publicada nesta segunda-feira (27) mostrou que até a última quinta-feira (23), 355 profissionais da área, entre policiais militares, civis, penais, técnico-científicos e bombeiros, estavam distantes da atividade por estarem com suspeita ou infectados pela Covid-19. Mesmo com o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs), associações e sindicatos afirmam que o risco de contaminação é alto.

Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia e Corpo de Bombeiros Militar de Goiás (Assof), o coronel Anésio Barbosa da Cruz Júnior diz que apesar de os militares estarem recebendo um atendimento de saúde diferenciado e sendo amparados pelas corporações com a oferta de EPIs, é necessário que o poder público olhe para a classe com mais cuidado. “É preciso lembrar que os mais de 600 policiais militares infectados, por exemplo, não colocaram só a vida deles em risco em prol da sociedade, mas também a de suas famílias”, enfatiza. Até o momento, seis policiais militares e três bombeiros já morreram por conta da doença.

A Polícia Civil informou que tem fornecido insumos para limpeza, EPIs e fez o afastamento de profissionais do grupo de risco. A corporação afirma que ainda não teve nenhum membro morto por conta da doença. Entretanto, os casos confirmados já passam de 150 e o afastamento de servidores também tem gerado sobrecarga nos servidores. Mesmo com o fechamento das delegacias para o registro de diversas ocorrências, o volume de trabalho não diminuiu. “A prática de alguns crimes aumentou muito durante a pandemia como, por exemplo, o estelionato. Além disso, ainda temos muitos agentes nas ruas. Eles lidam com todo tipo de gente e acabam ficando muito expostos mesmo com o uso de EPIs”, ressalta a diretora social do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Keithe Amorim de Souza.

Além da insegurança, o déficit de servidores tem dificultado ainda mais o trabalho da segurança pública em meio à pandemia. Só na Polícia Civil, por exemplo, o ideal era que existissem 6 mil servidores. Eles são cerca 4 mil. Por conta disto, o retorno dos atendimentos presenciais nas delegacias preocupa. No momento, somente fatos graves, que necessitem da coleta de provas ou que sejam urgentes, sob a convicção técnico-jurídica da autoridade policial diante do caso concreto, são atendidos presencialmente. “Quando tudo voltar a funcionar, ainda vamos ter profissionais afastados e diversas ocorrências que não podem ser registradas on-line para serem feitas presencialmente”, afirma a diretora.

Em nota, a Polícia Civil informou que está seguindo todas as normas impostas pelos órgãos da saúde e que os casos que não estão sendo atendidos presencialmente e que não podem ser registrados pela plataforma on-line são analisados pela unidade a partir do contato do cidadão por telefone e/ou e-mail. A corporação ressaltou ainda que “todas as investigações e medidas cautelares requeridas continuam a ser cumpridas normalmente, como demonstram as inúmeras operações apresentadas diariamente”.

Peritos reclamam falta de equipamentos de proteção

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais e Médicos Legistas do Estado de Goiás (Sindiperícias-GO), Carlos Kleber da Silva Garcia, diz que a situação dos servidores da polícia é complexa, pois as atividades que eles exercem não podem ser feitas de forma remota. “Há relatos de insuficiência na distribuição de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados, bem como nas medidas de higienização/desinfecção de ambientes e viaturas, além da falta de um sistema de alerta em relação a cadáveres potencialmente infectados.”

Atualmente, a Polícia Técnico-Científica conta com mais de 40 casos confirmados da doença e já perdeu dois servidores por conta de complicações causadas pelo novo coronavírus. O superintendente da Polícia Técnico-Científica, Marco Egberto de Melo, explica que todos os EPIs necessário estão disponíveis para os servidores e que as unidades são higienizadas de acordo com o que as autoridades sanitárias pedem.

“Nas necropsias estamos evitando, sempre que podemos, abrir os corpos. Na maioria das vezes está sendo feito mais o exame externo. Além disso, é preciso esclarecer que um cadáver não tem o mesmo potencial de transmissão de uma pessoa viva porque ele não respira” explica. Sobre o sistema de alerta para cadáveres que podem estar infectados com a Covid-19, o superintendente sustenta que isto não é necessário. “Nós tratamos todos os corpos que chegam aqui como suspeitos, pois não dá para saber se estão infectados ou não. Quando os hospitais enviam corpos que foram submetidos a mortes violentas e estavam com suspeita ou confirmação da doença, eles nos avisam.”

Em relação aos dois servidores da superintendência que morreram, o auxiliar de autópsia Vantuir Pinto Camargo, de 47 anos, e o perito criminal Valdinei da Silva, de 51 anos, Melo não acredita que eles tenham se infectado no local de trabalho. “O Vantuir, que trabalhava em Aragarças, não ia até a unidade havia muito tempo. Já o Valdinei, apesar de estar indo ao trabalho, também era dono de um laboratório de exames em Nova Glória que estava processando testes para a detecção do vírus”, explica. Além disso, Melo conta que recentemente os servidores da Polícia Técnico-Científica passaram por uma testagem para detecção da Covid-19. “Ao menor sinal de sintomas, os servidores são afastados”, finaliza.

Sindicato diz que propagação da Covid-19 nas prisões está acelerada

O presidente da Associação dos Policiais Penais do Estado de Goiás (Asspego), Adalto Júnior, explica que a maior preocupação da associação é o fato de que o sistema penal tem condições ideais para a propagação do vírus. “Estamos vivendo uma situação complicada. Todo dia aparece alguém infectado entre nós”, pontua. Entretanto, ele afirma que a Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP) tem se esforçado em fornecer equipamentos de proteção individual (EPIs) para os policiais penais. “Eles estão fazendo o afastamento imediato de quem está com suspeita. O problema é que nem os equipamentos de segurança estão barrando a doença mais. Temos algumas unidades como, por exemplo, a de Goianira, onde a situação está crítica”, explica Júnior. Atualmente, mais de 180 servidores da diretoria já foram infectados com a Covid-19.

“O recomendado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) é que exista um policial para cada cinco presos. Aqui é Goiás vivemos a realidade de um policial para cada 80. Por isso, é humanamente impossível fazer um trabalho de alta qualidade. Com os afastamentos em decorrência do vírus, isso se complicou”, esclarece o presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal do Estado de Goiás (Sinesp-GO), Maxsuell das Neves. O presidente do Sisep-GO aponta ainda que a quantidade de EPI’s disponível não é suficiente e que o número de servidores infectados é muito maior do que o divulgado pela DGAP.

Em nota, a DGAP informou que é transparente com a divulgação do número de infectados e que tem disponível em todas as unidades prisionais EPIs, sendo um total de: 3.328 litros de álcool 70%, 2,7 mil máscaras de tecido, 76 mil máscaras de tecido ninja, 151 mil máscaras descartáveis e 14 mil máscaras N95, totalizando 243.700 produtos que são ofertados aos policiais penais.

Foto: Fábio Lima

Fonte: Jornal O Popular

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Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

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