O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio do promotor de Justiça Geibson Rezende, recomendou ao diretor-presidente da Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa), Ismavi Vieira Júnior, o afastamento de um diretor e de cinco membros do Conselho Administrativo local. A reportagem apurou que um oficial do MP levou a notificação na tarde desta terça-feira (16). O MP estabeleceu um prazo de 30 dias para o cumprimento da recomendação, “sob pena de adoção das medidas judiciais cabíveis”.
Conforme o promotor, as nomeações ferem a Lei 11.303/2016 (Lei das Estatais), que veda a indicação para a diretoria pessoa que tenha contrato ou parceria com a pessoa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista – caso da Ceasa – em período inferior a três anos antes da nomeação.
Um dos pedidos recai sobre o diretor de Operações e Estratégia de Mercado da Ceasa, Orlando Tokio Kumagai, que, segundo o MP, é dono de uma empresa que atua dentro da Ceasa desde 2009, na distribuição de bananas, o que não é permitido. Ele foi empossado nesse cargo em dezembro do ano passado, mas já chegou a exercer outros cargos de diretoria e chegou a ser, em 2015, diretor-presidente da Ceasa.
Ainda de acordo com o promotor Geibson, a esposa de Orlando, Eliane Lopes de Oliveira, seria proprietária de uma empresa de higienização e que comercializa caixas plásticas dentro da Central, além de ser dona de uma empresa de contabilidade que atua dentro do prédio da administração.
À reportagem do POPULAR, Orlando Tokio Kumagai relatou que foi informado esta tarde da recomendação. O diretor afirmou que agendou uma visita para esta quarta-feira (17) ao MP para esclarecer a situação. “A princípio analisamos a lei e interpretamos, à época, que a legislação não se referia à concessão de uso de área e, sim, sobre demanda ou oferta de serviços e produtos. Ademais, essas empresas pertencem à minha família desde 1970 e de lá para cá não tivemos alterações”, disse. “Mas estou tranquilo. Sempre me comportei como agente público e não cometi nenhum ato na vida pública que me constrangesse ou ferisse a minha imagem”, complementou.
A reportagem não conseguiu contato com o diretor-presidente Orlando Tokio Kumagai, com a assessoria de imprensa do Ceasa e nem com os membros do Conselho Administrativo até o fechamento da matéria. O espaço permanece aberto.
Fonte: O Popular