O presidente da União Goiana dos Policiais Civis (UGOPOCI), José Virgílio Dias de Sousa, participou, na manhã desta quarta-feira (15/04), do programa Jornal da Terra, da Rádio Terra FM 104,3, quando abordou o trabalho da Polícia Civil nesse período de isolamento social, calamidade pública e emergência em saúde. Às perguntas dos repórteres e apresentadores Thiago Mendes, Rodrigo Prado e Tom Barbosa, José Virgílio explicou que, como as demais instituições, a Polícia Civil sofre os efeitos da pandemia de corona vírus e as medidas de isolamento social, com o agravante de ser o trabalho policial uma atividade de risco em condições normais.
Aos ouvintes da rádio, José Virgílio observou que, devido à relevância do serviço que é prestado, o policial civil é obrigado a continuar trabalhando nesse período. Ele disse que houve mudanças no trabalho policial assim que o Governo estadual decretou situação de calamidade e medidas para evitar circulação e aglomeração de pessoas. No âmbito da Polícia Civil, foi regulamentado o trabalho essencial que deve continuar sendo prestado, os tipos de atendimentos que não podem parar, sempre resguardando o interesse público, a segurança e a saúde da população e dos servidores.
“A intenção é dar continuidade ao trabalho policial, levando seu serviço à sociedade, mas também de algum modo se protegendo, afinal de contas todos somos humanos”, observou.
Questionado sobre a falta de servidores, especialmente delegados, o presidente da UGOPOCI explicou que não apenas delegados, mas continua faltando efetivo para os demais cargos da carreira da Polícia Civil. “O efetivo está bastante defasado. Aqueles que haviam prestado concurso não foram chamados ainda e o concurso que estava previsto já há mais de ano também não foi executado. Nesse ponto, o Governo continua devendo para a sociedade e para a Polícia Civil, porque sobrecarrega demais o trabalho de quem está na ativa”, destacou.
José Virgílio lembrou que, por lei, a Polícia Civil de Goiás possui cerca de seis mil policiais, mas no ano passado estava com pouco mais de três mil cargos efetivamente preenchidos, ou seja, um déficit de quase 50%. “De lá pra cá, devido à corrida às aposentadorias por conta da reforma da Previdência, que prejudicou demais as polícias, houve uma evasão muito grande e esse número caiu mais ainda. Então o estado é crítico”, pontuou.
O presidente da UGOPOCI lamentou também a falta de promoção, que, por lei, deveria ter ocorrido em julho do ano passado, mas até agora não foram efetivadas pelo Governo estadual, o que é contraditório para um governo que vive elogiando o trabalho policial. “Do ponto de vista do incentivo à atividade policial, continua ruim para a Polícia Judiciária aqui no estado”, disse.
José Virgílio comentou ainda sobre o futuro da Polícia Civil brasileira, destacando que o modelo de polícia dividida entre Civil e Militar vigente no País está ultrapassado, necessitando de urgente modernização, sob pena de total sucateamento e mesmo extinção da Polícia Civil, já que esta não possui estrutura suficiente para atender à demanda, mesmo prestando um serviço essencial para a Justiça que reflete diretamente nos interesses da sociedade, já que o trabalho da persecução criminal começa na investigação policial.
Assessoria de Comunicação da UGOPOCI