As delegacias em Goiás trabalharam nesta terça-feira (17) pela primeira vez com o atendimento reduzido após decreto para conter o avanço do novo coronavírus (Covid-19). Conforme a portaria editada pela Polícia Civil do Estado, na última segunda-feira, 16, a suspensão do atendimento presencial nas unidades deve durar a princípio por 15 dias. Apesar da medida, a procura para registrar ocorrências ainda foi grande. Para conter o fluxo, algumas delegacias tiveram que fechar os portões para limitar o acesso.
O POPULAR visitou algumas unidades da capital para verificar este impacto. O que foi visto são inúmeros cartazes logo a frente das delegacias informando a mudança. Além disso, nos informativos consta quais casos são considerados urgentes. A chefe da Divisão de Comunicação, a delegada Renata Cheim, explica que o principal ponto, seguindo orientação do governo, é que população não se desloque para a delegacia em casos que não seja de extrema necessidade.
Com isso, o registro de ocorrências será feito apenas pela internet, exceto para casos mais graves como: homicídio, feminicídio, estupro, sequestro e cárcere privado, roubo e furto de veículos. Os autos de prisão em flagrante vão ser lavrados normalmente, segundo a delegada.
Na 1º Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia, mesmo com o comunicado, cada pessoa que chega à unidade é recebida pela recepcionista. Ela se aproxima da grade e verifica se o caso atende aos critérios estabelecidos. É feito ali algo semelhante a uma triagem. Caso se enquadre como emergencial, a pessoa que deseja dar queixa entra. Se estiver acompanhada, os demais permanecem de fora.
Delegado Glaydson Carvalho, titular do 1º DP, conta que a movimentação foi tão grande que o fechamento dos portões ocorreu após grande número de pessoas que queriam entrar na unidade ao mesmo tempo. “Não dá pra ter aglomeração e a recepção ficaria cheia, com cada um explicando seu caso por vez”, diz. O investigador conta que muitos não concordaram com a determinação, já outros apenas não sabiam da mudança e acataram.
Na 8º DP, como não há portão e grade, a restrição foi feita por uma porta de vidro. O atendente agia da mesma forma, avaliando a necessidade de entrada de cada pessoa na unidade. Na central de flagrantes, o movimento também foi contínuo.
O delegado da regional de Goiânia, Josuemar Vaz de Oliveira, destaca que considera a conscientização da população ainda muito baixa. Apesar do fluxo grande atual, ele e os demais delegados afirmam que preveem uma redução de ocorrências nos próximos dias.
O delegado adjunto da regional, Andre Augusto, orienta que as pessoas busquem o e-mail e telefone das delegacias que estão disponíveis no próprio site da PC. Também destaca que as pessoas estejam atentas, já que os crimes virtuais devem aumentar.
Foto: Douglas Schinatto
Fonte: Jornal O Popular