O adoecimento é um desequilíbrio na saúde através de um distúrbio no organismo caracterizado por sinais e sintomas. O diagnóstico médico geralmente é responsável por encontrar e tratar a origem desse problema, porém, nem todas as doenças surgem unicamente do corpo, como é o caso das doenças psicossomáticas.
Tanto a medicina quanto a psicologia consideram uma enfermidade como psicossomática quando não há correspondente orgânico aparente para o adoecimento. Assim a causa é compreendida na interação das dimensões biológica, psicológica e social. Sendo assim, o estresse e o sofrimento psíquico podem ocasionar em sinais e sintomas no corpo mesmo sem nenhuma razão fisiológica aparente.
Há uma correspondência entre os fatores orgânicos e psíquicos no adoecimento psicossomático. Assim, compreendemos que a doença não é mero resultado de desajustes biológicos, mas também produto das trocas do corpo com a mente e com o ambiente externo.
O organismo e a mente estão intrinsecamente articulados, nossos sentimentos e pensamentos sempre encontram expressão no corpo e podemos observar isso de várias formas, desde a secreção de lágrimas quando estamos emocionados até a taquicardia quando sentimos medo ou nervosismo por exemplo.
Uma hipótese diagnóstica para as doenças psicossomáticas é de que as reações fisiológicas liberadas em situações de estresse podem desencadear fraquezas no sistema imunológico aumentando a possibilidade do adoecimento físico.
Essa expressão física do sofrimento mental é conceituada por especialistas como “somatização”. A somatização representa a evasão de sentimentos desagradáveis e angústias através do organismo quando não há reconhecimento ou acolhimento da angústia emocional.
A somatização pode variar em intensidade e frequência, aparecendo em leves dores de cabeça após momentos de estresse ou angústia ou até também pelas dores e fadiga típicas da Fibromialgia. O que qualifica a somatização como um adoecimento é a periodicidade e o nível dos prejuízos acarretados.
Segundo especialistas, o critério diagnóstico para a Fibromialgia é a presença de dores difusas nos músculos e articulações, sem que haja origens orgânicas, por pelo menos três meses. A dor musculoesquelética é acompanhada por fadiga, distúrbios do sono e até mesmo depressão e ansiedade.
Considerando o contexto emocional intenso e desgastante por trás do adoecimento psicossomático, compreendemos a necessidade da psicoterapia para buscar a cura efetiva, além do acompanhamento médico. O tratamento psicológico é um processo de superação dos sintomas através da compreensão e elaboração dos sentimentos e ideias, possibilitando melhor qualidade de vida e bem-estar.
Produzido por: Gabriela Radaelli (Estagiária de Psicologia da DPSS)
Responsável técnica: Aline Resende (Chefe da Seção de Psicologia da DPSS)
REFERÊNCIAS:
LIMA, Cláudia Pietrângelo; CARVALHO, Cristina Vilela de. Fibromialgia: uma abordagem psicológica. Aletheia, Canoas , n. 28, p. 146-158, dez. 2008 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-03942008000200012&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 24 maio 2021.