A Polícia Civil do Estado de Goiás realiza a Operação Metástase, na manhã desta quinta-feira, 12. A ação mira indivíduos vinculados ao Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (Ingoh), nas pessoas de seus sócios e outros profissionais, e antigos servidores da cúpula do Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo).
A Ação do Grupo Especial de Combate à Corrupção (GECCOR) é coordenada pelo delegado Luiz Gonzaga e envolve 160 policiais civis (delegados, agentes e escrivães) e peritos criminais da Polícia Técnico-Científica. Os mandados estão sendo cumpridos no Hugo, Ingoh, Ipasgo e outros pontos da capital, como residências.
A investigação apontou a existência de uma estrutura típica de organização criminosa, com a nítida divisão de tarefas direcionadas à estruturação e consecução de um esquema grandioso e fraudulento de desvios milionários de recursos da instituição pública.
Superfaturamento milionário
Segundo informações da PCGO, até o momento, os indícios apontam o superfaturamento de contas do Ingoh, que superam R$ 50 milhões, pelos seguintes meios:
a) Criação e utilização de auditor robô, responsável pela auditoria automática das contas do INGOH, fato que culminava na ausência de glosas (bloqueio de valores indevidos);
b) Auditorias volumosas de contas do INGOH efetivadas por auditores do IPASGO que mantinham vínculo com o Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (conflito de interesses);
c) Criação e utilização da empresas terceirizadas para a consecução das auditorias fraudulentas com influência direta dos membros da antiga cúpula do IPASGO sobre os sócios da empresa;
Fins (Desvios milionários):
a) Inaplicabilidade do desconto de 15% (quinze por cento) previsto no regime de credenciamento especial do INGOH, somado à desproporcionalidade da tabela de medicamentos oncológicos;
b) Ausência quase que absoluta (percentual de 0,19%) de glosas nas contas do INGOH durante do período de credenciamento oncológico especial;
c) Pagamento indevido de taxa de uso de sala do IPASGO ao INGOH de medicamentos por via oral, intramuscular ou subcutâneo (não compatíveis com referida cobrança);
d) Pagamento do IPASGO de medicação quimioterápica sobre frasco cheio ao INGOH, em detrimentos às demais clínicas oncológicas que recebiam por fração utilizada do medicamento;
e) Estabelecimento de subdosagem, e/ou o estabelecimento de medicações de custo baixo com cobrança de medicamentos de referência, além do agrupamento de pacientes para tratamentos. Todas as condutas direcionadas ao superfaturamento de contas do INGOH;
f) Prescrição e aplicação de tratamento quimioterápico inadequado com objetivo de angariar vantagem indevida – irregularidade materializada no caso do paciente ALEXANDRE FRANCISCO DE ABREU, o qual veio a óbito devido ao tratamento criminoso recebido no INGOH;
g) Apropriação de dinheiro público relativo a honorários médicos do IPASGO por parte do presidente do INGOH, sem a efetiva contraprestação de trabalho;
Procurado pelo reportagem, o Ipasgo disse que tomou conhecimento da operação pela imprensa e está buscando mais informações para se posicionar. Já o Ingoh, ainda não se manifestou sobre a operação. O espaço permanece aberto e esta matéria poderá ser atualizada.
Fonte/Foto: Jornal Opção
Link: https://www.jornalopcao.com.br/ultimas-noticias/policia-civil-cumpre-mandados-no-ingoh-ipasgo-e-hugo-por-suposto-esquema-criminoso-225652/