A morte de um homem em uma motocicleta nesta quarta-feira (21), na Avenida Deputado Jamel Cecílio, no Jardim Goiás, em Goiânia, é objeto de um inquérito na Delegacia Estadual de Homicídios (DIH). O caso é tratado pela Polícia Civil (PC) como legítima defesa. O autor dos três disparos que tiraram a vida do homem, de acordo com as investigações, é um auxiliar de autópsia da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC). Apesar de não revelar a identidade do agente de segurança pública, a PC informou que ele também é instrutor de tiros na Escola Superior da Polícia Civil (ESPC).
De acordo com testemunhas ouvidas pela PC, o auxiliar de autópsia conduzia uma Mitsubishi Pajero, quando teria sido abordado por Ronaldo dos Santos, de 42 anos, em assalto. Segundo elas, quando o utilitário parou no semáforo, um homem em uma motocicleta se aproximou da janela do veículo pedindo que o servidor entregasse o relógio, um Rolex. Ao abrir o vidro, ele reagiu e atirou contra o o assaltante que morreu no local. Também foi apurado que o servidor público transportava três representantes de uma empresa que apresentariam equipamentos para a ESPC.
O delegado responsável pelo caso, Thiago Martiniano, informou que o inquérito tem o objetivo de apurar a morte do suposto assaltante. Segundo o delegado, por ser uma situação de legítima defesa, o servidor tem de se apresentar na delegacia, para dar sua versão dos fatos.
Após o inquérito ser concluído, ele será encaminhado para o Ministério Público Estadual de Goiás (MP-GO). Se houver concordância com a hipótese de legítima defesa, não será feita denúncia e o caso será arquivado.
No final da tarde desta quarta-feira o corpo do homem estava no Instituto Médico Legal (IML), sem que nenhum familiar tivesse se apresentado para fazer o reconhecimento do corpo. O suspeito tinha documentação do Estado de São Paulo, mas identificação ainda será confirmada. (Dayrel Godinho é estagiário do convênio GJC e PUC Goiás).
Casos desde 2014 na capital
Em 2014, Goiânia viveu uma onda de roubos de relógios de luxo. Em uma motocicleta, uma dupla de assaltantes tinha como alvos principalmente os moradores de bairros nobres. Os bandidos também agiam em Brasília. À época, 15 casos eram investigados como sendo de autoria da dupla.
Os dois homens foram presos em novembro, quando foi apreendida uma arma e um relógio Rolex, avaliado em R$ 60 mil. Eles eram de São Paulo.
O modo de atuação da dupla, segundo o delegado Thiago Martiniano era semelhante ao do suposto assaltante morto nesta quarta-feira. Os bandidos de São Paulo abordavam as vítimas em semáforos, sobretudo nas regiões central de Goiânia.
Em 2016, também foi registrado um assalto a um empresário que utilizava um relógio de luxo na capital.
Ainda de acordo com o delegado, na última terça-feira, um jogador de futebol, que não teve a identidade divulgada, foi roubado na região do caso desta quarta-feira.
Fonte: O Popular