A motivação do crime, segundo o próprio jovem, envolveu “ódio” e “tristeza” porque a adolescente não quis namorar com ele. “Fiz por tristeza e ódio. Ódio da minha vida e ódio da Raphaella”, disse.
O juiz Fernando Augusto Chacha Rezende escreveu na sentença que o “homicídio foi premeditado e consumado em pleno horário de aula e, assim, na frente de todos os colegas de turma abalando, com isso, o próprio funcionamento do ambiente escolar diante da lembrança por tempo indeterminado e imensurável de todos na escola”. Misael não tinha antecedentes criminais.
A condenação foi por homicídio qualificado por motivo torpe, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e por razões da condição do sexo feminino (feminicídio). Além da prisão, foi estabelecida uma indenização por danos morais de, no mínimo, R$ 150 mil em favor da família da adolescente.
O assassinato aconteceu no dia 6 de novembro, no Colégio Estadual 13 de Maio. Segundo o processo, Misael, que era ex-aluno da unidade, estava usando uma máscara, pulou o muro, invadiu a sala e deu 11 tiros na adolescente. Imagens do circuito interno de segurança mostram os alunos fugindo em pânico após os disparos. Misael foi preso no mesmo dia.
Um laudo pericial anexado ao processo judicial descreveu a conduta social de Misael Pereira como uma pessoa que “não expressa afeição ou empatia com o próximo, necessitando de longo período de afastamento para a reparação/prevenção de novo delito”.
Jovem escutava vozes
O réu disse que começou a escutar a voz de uma mulher chamada Lilith – uma figura demoníaca da mitologia – dois ou três anos antes do crime. Ao ser questionado se sabia o que estava fazendo no momento do crime, ele disse que sim e negou que tenha sido ordenado pela voz que ouvia.
O jovem falou ainda que nunca comentou com alguém que escutava essas vozes nem procurou atendimento médico. Por fim, disse que se arrependeu do crime e que, se pudesse, faria diferente.
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Fonte: G1 Goiás