Fundada em 06 de Janeiro de 1978

UGOPOCI

UNIÃO GOIANA DOS POLICIAIS CIVIS

Covid-19 é mais letal em 4 bairros de Goiânia

Dos 10 bairros com mais mortes registradas de moradores com Covid-19 em Goiânia, 4 não estão na lista dos 10 bairros com mais casos confirmados: Jardim Nova Esperança, Vila Finsocial, Conjunto Vera Cruz e Setor Urias Magalhães. Com isso, estes bairros – três deles periféricos – lideram a taxa de letalidade (número de mortes por casos confirmados) envolvendo infecção pelo coronavírus na capital do Estado.

A situação pior é no Nova Esperança, onde um de cada 17 pessoas que testaram positivo para a doença morreu. No Setor Bueno, como comparação, onde há 3,35 vezes mais casos confirmados, a taxa é de um óbito a cada 52 notificações. No Setor Leste Universitário, é uma morte a cada 144 casos confirmados. Aparecem na sequência do Nova Esperança, em relação à taxa de letalidade, o Finsocial (1 a cada 19), o Urias (1 a cada 27) e o Vera Cruz (1 a cada 32).

O Jardim Nova Esperança está na região que mais chama a atenção da Prefeitura desde julho, a Noroeste, onde estão os bairros em que a Covid-19 tem avançado com mais força e onde a população demonstra mais resistência em seguir com as orientações de distanciamento e prevenção feitas pelas autoridades sanitárias.

No bairro, a reportagem constatou diversas pessoas sem máscaras ou com ela colocada de forma errada, com o nariz de fora, andando pela Avenida Central, a principal da região, e outras vias comerciais. Nas ruas residenciais, o movimento é menos intenso, mas é possível verificar em dias úteis aglomerações de pessoas nas distribuidoras de bebidas e bares, a maioria sem máscara, e grupos de 3 a 5 pessoas nas portas de residências, sendo que uma minoria, ocasionalmente usando o equipamento.

Os comerciantes ouvidos – por telefone – pelo POPULAR contam que existe uma grande resistência por parte da população em usar máscaras e até mesmo passar álcool em gel nas mãos, alegando em alguns casos que já devem ter contraído a doença, mesmo sem ter confirmação. “Aqui tem muita gente no bairro que já teve sintomas, mas não testou. Eu conheço uns vizinhos que moram cinco na casa, todos tiveram sintomas, mas só um testou e deu positivo”, contou o dono de um estabelecimento na Avenida Central.

Os depoimentos dos moradores confirmam a explicação das autoridades municipais, de que as pessoas costumam procurar ajuda só quando o quadro clínico se agrava. “Muita gente teve um sintoma ou outro, mas não foi atrás de teste porque acha que não vai adiantar nada, que não vai conseguir remédio ou que não tem remédio mesmo e aí para quê perder tempo, né?”, afirmou um comerciante.

Nas ruas comerciais, os lojistas reclamam da resistência dos clientes em usar máscaras e da insistência em permanecer no estabelecimento sem. Alguns comerciantes garantem que impedem a entrada, mas admitem que às vezes atendem estes clientes na entrada ou apontam para concorrentes que liberam. “Nunca vi ninguém da fiscalização aqui, a gente não deixa entrar porque tem medo de pegar, de espalhar, mas não quer perder cliente. E parece que todo mundo já teve, né? Se faz um teste geral, acho que vai dar uns 70% de gente que teve isso”, comentou uma vendedora.

Há cerca de 3 km do Nova Esperança fica o Finsocial, que tem uma taxa de letalidade um pouco menor, mas viu uma evolução dos casos confirmados maior em um mês (86,9% contra 79,8%). O Finsocial é bem parecido com o Nova Esperança, tendo também uma via principal comercial (Avenida Mangalô) e agrupamentos de pessoas em distribuidoras e bares durante a semana. “Aqui parece que não tem Covid se a gente olha as pessoas na rua. Ou não tem ou todo mundo acha que já pegou e acha que está imune”, disse um vendedor.

Explicação

A Prefeitura ainda tenta entender o que faz com que a taxa de letalidade nestes bairros seja maior do que em outros. Um motivo pode ser a baixa testagem em relação aos outros bairros, principalmente aos da região centro-sul onde os moradores têm mais acesso a planos de saúde e à rede particular. Na região Noroeste, moradores também reclamam que ao procurar um posto de saúde sem estar em estado grave têm de esperar muito tempo e acabam retornando só se a situação se agrava.

Para o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, Yves Mauro Ternes, entretanto, a situação pode já ter mudado nas últimas semanas quando a pasta intensificou a testagem em massa nas regiões onde a população testa pouco e o número de mortes é alto. Ele diz que com isso é possível identificar mais rapidamente pessoas infectadas, principalmente as assintomáticas e aquelas que com sintomas leves acabam evitando procurar atendimento médico, orientá-las sobre o isolamento e monitorar para evitar novas contaminações.

Já o superintendente de gestão da rede de atenção à saúde da SMS, Sílvio José de Queiroz, diz que a região Noroeste conta com o Cais Finsocial, o ambulatório do Cais Cândida de Morais, a UPA da Região Noroeste e os postos de atendimento do Programa Saúde da Família (PSF), para fazer o atendimento inicial, mas que dos 80% a 85% dos atendimentos são casos considerados mais leves que às vezes vão embora antes de serem recebidos pelo médico. “Nas últimas semanas estamos reforçando o atendimento contratando mais médicos para aquela região justamente para agilizar”, comentou.

Disparidade é investigada

O superintendente de Vigilância em Saúde, Yves Mauro Ternes, afirma que a taxa de contágio pelo coronavírus em Goiânia estaria entre 1 e 0,8, índice considerado ideal para a redução da epidemia. Para Ternes, a redução da taxa se deve ao trabalho da pasta que aumentou a testagem em massa, inclusive entre os assintomáticos, conseguindo antecipar o isolamento de pessoas infectadas e impedir novas contaminações.

Ternes também destaca que é preciso analisar cada um dos óbitos registrados na região Noroeste para entender se a taxa de letalidade elevada em alguns bairros se deve a alguma especificidade dos moradores da região (como faixa etária e comorbidades ou demora na busca por atendimento) ou se o alto índice se deve realmente a baixa procura por testes pelos moradores.

Esta investigação vem sendo desenvolvida por um comitê da Secretaria Municipal de Saúde criado especificamente para analisar o motivo dos óbitos por Covid-19 na capital.

Foto: Wildes Barbosa

Fonte: Jornal O Popular

A UGOPOCI

Nascida de um ideal de aproximação da família policial, revivida de esforços coletivos e abnegada dedicação, criou-se a Associação da Polícia Civil…

A UGOPOCI
Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Ut elit tellus, luctus nec ullamcorper mattis, pulvinar dapibus leo.

Nossos contatos
(62) 3225-4215
(62) 3225-4216
ugopoci@yahoo.com.br
End: Rua 66, nº 138, Centro – Goiânia – GO

2022 – UGOPOCI – CNPJ: 02.627.974/0001-25 – Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por Prime Tecnologias